quinta-feira, 6 de junho de 2019

“Fui vítima de estupro”, afirma em entrevista mulher que acusa Neymar

Crédito: Reprodução/SBT
A modelo Najila Trindade concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Roberto Cabrini, do SBT, e deu a sua versão do suposto caso de estupro envolvendo o jogador de futebol Neymar.
“Fui vítima de estupro”, afirma Najila ao ser questionada se havia tido uma relação sexual consentida com o jogador ou não. Cabrini também perguntou se ela foi ‘apenas’ vítima de estupro ou se também houve agressão. “Agressão juntamente com estupro”, respondeu a modelo.
Cabrini perguntou como foi marcado o encontro. “Eu conversei com ele como uma pessoa comum. Era (com) intuito sexual, era um desejo meu. Acho que ficou até claro pra ele isso. Ele perguntou quando eu poderia ir e eu disse: ‘no momento eu não posso, por questões financeiras’. Também por questão da minha agenda, meu trabalho, enfim. Daí ele sugeriu: ‘eu posso resolver isso'”, declarou a mulher.
Confira outros trechos da entrevista:
C: Por qual motivo o seu primeiro advogado diz que você foi vítima de agressão?
N: Primeiro que ele não acreditava totalmente em mim. E eu senti um preconceito da parte dele. Ele quis dizer que eu dei porque eu quis e eu não que eu fui estuprada. Ele [advogado] falava: ‘Eu vou isentar essa parte e vou falar só da agressão porque eu tenho as provas [fotografias]’. Ele só acreditou em mim quando viu a foto que o próprio Neymar me mandou.
C: Como vocês se conheceram?
N: Conheci o Neymar pelo Instagram. Nós conversávamos normalmente igual todas as pessoas. Eu mandei uma imagem para ele, de um texto, e ele respondeu. A partir daí a gente começou a trocar mensagem. Depois de um tempo ele pediu meu Whatsapp e eu passei.
C: Quando começaram as mensagens de cunho sexual?
N: No Whatsapp, logo que começamos a nos falar por lá.
C: Você tinha ciência que poderia haver uma relação sexual entre vocês?
N: Sim. Meu intuito era esse [transar com Neymar] desde que comecei a falar com ele.
C: Com qual expectativa você foi a Paris?
N: Ficar com ele. Encontrar com ele. Realizar um desejo meu, incluindo uma relação sexual. Eu estava preparada para isso. Era algo consensual entre a gente até então.
C: O que acontece quando você chega a Paris:
N: Eu imaginava que ao chegar lá eu iria conseguir realizar meu desejo sexual. Mas quando o encontrei, ele estava agressivo, totalmente diferente do cara das mensagens. Até aí tudo bem, como eu tinha muita vontade de ficar com ele, tentei manejar a situação ali mesmo. Começamos a trocar carícias e ele me despiu. Até aí foi tudo sensual. Depois ele começou a me bater. Nos primeiro tapas estava tudo ok, estava tudo certo. Depois ele começou a me machucar e eu falei ‘Para. Está doendo’. E ele falou ‘Desculpa, linda’. Então eu perguntei: Você trouxe preservativo?’ Pois eu não tenho. Ele disse ‘não’. E aí eu disse que não haveria nada entre nós. Ele não respondeu nada, me virou, cometeu o ato e enquanto eu pedia para parar ele continuava a bater na minha bunda. Eu me virei e acabei com a situação.
C: O que ele disse quando você pediu para ele parar?
N: Nada. Ele não se comunicava muito. Ele só agia.
C: Quando você percebeu que passou a ser algo que você não estava consentindo mais?
N: A partir do momento em que ele se tornou agressivo. A partir do momento que perguntei se ele levou preservativo e eu falei ‘Então não podemos’. Aí eu falei que iríamos apenas trocar carícias e com o silêncio dele eu imaginei que ele havia concordado.
C: Ele te obrigou a transar?
N: A partir do momento que ele me segurou me batendo, eu entendo como um estupro.
Najila, então, comentou o que ocorreu após ela se levantar da cama. “Quando me levantei da cama e fui ao banheiro eu me decepcionei. Então, não consegui falar nada para ele. Nem mesmo chorar. Eu só fiquei em estado de choque. Depois ele levantou, foi ao banheiro e quando ele entrou por uma porta eu saí por outra”.
C: Você manteve mensagens mesmo depois do acontecimento. Por que você continuou a falar com quem te estuprou?
N: Tive que assimilar todo o acontecimento. E quando ele saiu do quarto eu comecei a entender o que havia acontecido comigo. Que ele foi estúpido, ruim e me violentou. E aí eu quis fazer justiça. Num primeiro momento não consegui reagir pelo trauma e depois eu sabia que se eu não fizesse assim ele não falaria mais comigo.
C: Você tentou chantagear o Neymar?
N: Da minha parte não. Mas eu comecei a desconfiar dos meus advogados quando eles não me deixavam ir até a polícia.
C: Você sabia que os advogados pediram indenização ao Neymar e ao pai dele?
N: Não. Ele falou que haveria uma reunião entre advogados para levar até eles.
C: Você tinha expectativa da compensação financeira?
N: Não. Ele me fez mal e eu estou traumatizada. Eu quero que ele pague pelo o que ele fez.
C: Você tem consciência do que isso pode acarretar para o Neymar?
N: A consciência que eu tenho é do que aconteceu e representa pra mim. Uma questão de honra. Ele não precisava fazer aquilo comigo.

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